terça-feira, 22 de maio de 2012

terceira terça

Paz.
Tenho calma, mas lá estão os outros sentimentos a flor da pele, pulsando, correndo pelas artérias, invadindo cada espaço pendente no corpo e, enfim, desaguando no coração.
Talvez a grande sacada da vida seja essa... A gente aprender que os sentimentos incontroláveis (daqueles que arrasam com tudo e nos levam em direção a uma ação) as vezes são contidos pela outra parte, que insiste no passo a passo, que acredita que as coisas levam um tempo para realmente serem reais.
E então o nosso coração pára, aprende, pensa...
Pensa tanto, que vez ou outra acha até que conseguiu ter parte da "razão" para ele.
E quando nos damos conta, estamos fechando os olhos e abrindo os braços para receber aquilo que virá.
Que seja belo e doce, como todas as manhãs quando o Sol nasce e nas noites de Lua no céu.

sábado, 5 de maio de 2012

Céu de Maio

Não dói mais.
Não existe solidão.
Os dias são todos regados pelo sol e a brisa que passa dançando pelos fios de cabelos soltos.
Qualquer hora é motivo para um sorriso, e, qualquer sorriso é motivo para qualquer hora.
E já não é mais difícil.
Não existe busca.
Quem passa, não passa sozinho e quem já foi talvez nunca tenha ficado.
E já não se vê mais a chuva.
Não se vê tempestade.
Os olhos que se olham são os mesmos que não se encontravam, nunca se viam e não reparavam.
As folhas que balançam nas árvores se movem por algum motivo.
E o desejo? O desejo é fascínio. É a Lua refletida no vidro do carro, é a montanha iluminada pela noite, é a cidade viva se preparando para dormir, como velas cintilando sobre a noite escura.
A vontade é maior que a razão e já não cabe mais dentro do travesseiro, envolta nos sonhos, pede ao coração mais anseio, mais vontade de viver e libertar-se.
E as amarras vão se soltando.
Já não assusta mais.
O que vai é vontade de viver sozinho e o que fica é o desejo de compartilhar, de sentir, de sorrir...
Se entrega, que já não há mais distância.
Só o que existe agora é mais belo, mais forte e intenso.
Porque antes as palavras em momento de tristeza não me faltavam e hoje, na mais doce alegria, elas me transbordam.
E isso sim, era exatamente aquilo que me faltava.