quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O Teatro e Eu


As cortinas vermelhas se abrem
Os movimentos, os passos, as falas, todos feitos com exatidão
A atriz aparece caracterizada, uma velha personagem da cidade,poetisa, amargurada, devastada sem nenhuma vaidade
Entre versos quase que mudos, conta como sofreu, como viveu e solitária em prantos, como acabou tudo e apenas morreu
E em todos os momentos vou eu segurando em minhas mãos a câmera, sem deixar que elas deslizem
Hora apóio sobre a poltrona da frente, hora sobre os meus joelhos, e é quase impossível manter-se inerte, mas continuo a insistir para não perder nenhum detalhe precioso
Jogo de luzes, de vozes, de sentimentos, trilha sonora que embala os momentos
Meus braços sentindo a dor da precisão, mas ainda intactos para não perdê-la
A menina moça, a senhora, a velha, a que ficou famosa depois da vida, ou simplesmente uma personagem de um monólogo
Se vai, sai, e volta para o plano onde não existe mais, ou onde nunca chegou a existir

2 comentários:

Andre Sem Acento disse...

Profundo ein! xD

Jorge, FLÁVIA disse...

o palco, com sua magia, sempre contagia... (ih, rimou)... rs
pode ser o começo do 'Samba do amor que virá'... rsrsrs
acho q temos talento...
bjao.