sexta-feira, 6 de março de 2009

Roger Rabbit...

“Ah... As coisas têm dado errado comigo ultimamente. Talvez eu esteja precisando encontrar um trevo de quatro folhas. Preciso da tal sorte!” – disse Ana sem nem sequer virar para me olhar.

Eu fiquei pensando sobre a “tal sorte” por inúmeros segundos, me lembrando de quando tinha sete anos e saía pelo jardim, na casa da minha avó, procurando por trevos de quatro folhas entre aqueles que via normalmente infestando todos os cantos. Foi quando ela me fez voltar à realidade: “Ou talvez tenha que apelar para uma ferradura, ou um pé de coelho.” – falou num tom irônico, enquanto fazia desenhos invisíveis com os dedos no degrau da escada.

Então mais uma vez me perdi em pensamentos nostálgicos dos meus sete anos, quando minha avó criava coelhos para depois faze-los na refeição (um costume que trouxe da Espanha, e que eu particularmente odiava). Me lembrei do apego que tinha com os dois únicos que ela criou, e depois de grandes e fortes abateu para um grande almoço em família.
Fiquei pensando nos pobres coelhinhos e disse a ela com um tom filosofal: “Bom Ana... Um pé de coelho pode não mudar sua vida, mas vai mudar a vida do coelho.”

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